Resultado da gestão desastrosa de Bolsonaro, o desemprego no Brasil (13,2%) é mais que o dobro da média internacional (6,5%), segundo ranking da agência de classificação de risco Austin Rating. O percentual é o pior entre os países do G20 e melhor apenas que Costa Rica (15,2%), Espanha (14,6%) e Grécia (13,8%).
Segundo o ranking, o país tem a quarta maior taxa de desocupação de uma lista de 43 economias mais a média da zona do euro. Os números comparam países que divulgaram dados de desemprego de agosto.
Para o líder da da Oposição na Câmara, deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), o resultado do levantamento demonstra que o governo Bolsonaro “joga contra o povo”. “As ações do governo diante dessa tragédia são as piores: ignoram a realidade, afastam investidores, criam conflito com países parceiros”, criticou.
Na avaliação do líder da Minoria, Marcelo Freixo (PSB-RJ), os índices são resultado da ausência de proposta do governo para solucionar os reais problemas do país. “Temos quase 14 milhões de brasileiros angustiados com a falta de dinheiro para pagar as contas e botar comida na mesa. O que Bolsonaro está fazendo para resolver o problema? Nada. O presidente só se preocupa com o apetite do Centrão”, escreveu nas redes sociais, fazendo referência à compra de apoio, pelo governo, dos partidos de Centro usando recursos públicos das emendas do ‘orçamento secreto’.
Segundo o economista-chefe da Austin, Alexandre Agostini, ainda vai demorar para que o mercado de trabalho do Brasil se recupere. A última vez que o país teve uma taxa de desemprego de um dígito foi em 2015, lembra.
O pesquisador atribui a alta taxa de desemprego nos países a “fatores domésticos”. “Os países em que os problemas persistem após crises internacionais e momentos de recuperação têm fatores domésticos trabalhando contra”, avalia. Ele acrescenta que o ambiente político tem se sobreposto ao econômico, o que nos leva a uma situação de desemprego estrutural.
As projeções divulgadas em outubro pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam que o Brasil deve fechar 2021 com o desemprego em 13,8%, o que colocaria o mercado de trabalho no país entre os 15 piores do mundo.
Os dados de desemprego do Brasil usados no levantamento vêm da mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE. Por ela, a taxa de desocupação ficou em 13,2% no trimestre encerrado em agosto, o que representa 13,7 milhões de trabalhadores.
Projeções recentes apontam que, no ritmo atual, o país só voltaria à taxa de desemprego de antes da pandemia em 2023 e poderia levar até dez anos para voltar a um nível considerado de pleno emprego.
Fonte: Folha de S. Paulo