No dia 06 de agosto de 2017, o PSB – Partido Socialista Brasileiro comemorou 70 anos de sua fundação.
Eu, um já veterano, filiado desde a década de noventa e nunca alinhado a qualquer outro partido, sinto-me no direito de prestar uma justa e merecida homenagem. Uma homenagem diferente, mais condizente com a urgência de nosso momento.
Não vou falar da nossa rica história que se inicia no ano de 1947. Não vou falar da nossa vocação como um genuíno partido de esquerda, com o olhar voltado à igualdade de direitos e oportunidades. Não vou falar de João Mangabeira, Rubem Braga, José Lins do Rego, Antônio Cândido, Sérgio Buarque de Holanda, Antônio Houaiss, Jamil Haddad, Miguel Arraes, Célio de Castro, Ariano Suassuna, Eduardo Campos e tantos outros.
Também não vou falar de nossa característica de partido naturalmente alinhado com os movimentos sociais. Pois está no nosso DNA: onde houver qualquer tipo de discriminação ou negação de direitos e conquistas legítimas lá estaremos combatendo o retrocesso e promovendo o caráter progressista de nossa legenda. Nenhum direito a menos: o progresso real busca a igualdade. A equivalência entre seres humanos.
O Partido Socialista Brasileiro pertence a todos.
Quero aproveitar os 70 anos da fundação do PSB, em meio a um momento Brasil repleto de rupturas e incertezas, para falar sobre algo que pode afetar a todos nós: Quero falar sobre envelhecer.
Apesar da pausa forçada em nossa história entre os anos de 1964 e 1985, gosto de pensar que o PSB tem sim 70 anos de existência; pois o ideal de seus fundadores continuou ativo, mesmo que forçadamente silenciados.
A forma como cada homem decide envelhecer, diz respeito somente a ele. Individualmente. Cada um enfrenta seu crepúsculo da forma que quiser.
O problema é quando fazemos parte da longevidade de uma entidade, no nosso caso, um partido político com a história e a importância do PSB. Porque uma entidade, quando bem cuidada, não envelhece. Ela evolui sem perder o seu frescor. Sem afetar os motivos que justificam sua existência. Ela continua viva enquanto as pessoas passam.
Como nós estamos conduzindo a longevidade de nossa legenda? Estamos honrando o legado dos nossos predecessores? Estamos conduzindo o PSB a evolução ou ao envelhecimento?
- Quando deixamos de lado os motivos reais da nossa existência e o interesse comum do partido, para privilegiarmos interesses individuais; nós estamos envelhecendo.
- Quando nos afastamos das pessoas, das comunidades, das entidades civis para jogarmos apenas o jogo político, do toma lá dá cá; nós estamos envelhecendo.
- Quando esquecemos a nossa vocação à esquerda, voltada para busca da igualdade de direitos e oportunidades, para darmos lugar a decisões guiadas apenas por interesses; nós estamos envelhecendo.
Agora, se tivermos honra e coragem para resgatarmos a nossa principal riqueza, formada pelos pilares que fundaram nosso partido e nos unirmos em prol de um futuro que celebra e honra nosso passado; estaremos evoluindo.
Faço um convite à nossa evolução. O Brasil nunca esteve tão preparado para um partido de verdade; orgânico, realmente ideológico, efetivo, propositivo e ativo. Estamos em uma época escura e nós do PSB podemos ajudar a iluminar o caminho.
Agosto/2017
