Presidente Roberto Amaral
Roberto Amaral nasceu em Fortaleza, no dia 24 de dezembro de 1939. Já muito cedo cedeu à vocação da política e da literatura. Menino, aluno do então curso ginasial participou de diversos congressos estudantis e foi presidente do grêmio escolar; mais tarde, cursando o Clássico, no Colégio Estadual do Ceará, foi dirigente do grêmio estudantil, e orador de sua turma na formatura. Militou na União Cearense dos Estudantes Secundários e no Centro Estudantil Cearense. Por essa época, com outros colegas, funda a Academia
dos Novos (contestadora dos literatos ‘oficiais’) e, aos 14 anos, participa como ensaísta, do livro Antologia dos novos, editada pelo Instituto do Ceará.Ainda estudante colegial ingressa no jornalismo, primeiro no jornal O Estado e mais tarde, em 1959, já estudante universitário, seria articulista do Diário do Povo, de oposição, jornal fundado e dirigido por Jáder de Carvalho, líder esquerdista e polemista, e um dos fundadores da Esquerda Democrática e do PSB, em 1947.
Quando estudante de Direito no Ceará tornou-se liderança universitária, foi dirigente da União Estadual dos Estudantes, sendo vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) para o mandato 1961-62, quando ingressa no Partido Comunista Brasileiro. Após o mandato, e de longa viagem às repúblicas socialistas do Leste e à França, regressa a Fortaleza, e retoma seu curso na Faculdade de Direito e ingressa na Faculdade Católica do Ceará. Continua atuando no movimento estudantil e, por divergir da linha tática, afasta-se do PCB, ingressa no PSB, e, com outros companheiros, funda um grupamento de estudantes socialistas. Continua participando dos congressos da UNE e, em 1963, assume o cargo de assessor sindical e estudantil do governador Virgílio Távora, de onde, com o golpe de 31 de março, se afasta.
Durante o regime militar voltou a atuar no Partido Comunista
Brasileiro (PCB) e depois, já no Rio de Janeiro, para onde se desloca em janeiro de 1966 fugindo da perseguição militar de que era vítima, outra vez divergindo da linha do PCB, ingressa no Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) e vai atuar ao lado de Mário Alves, Jacob Gorender e Apolônio de Carvalho.
Apesar dos processos a que respondia, inclusive na Universidade, conseguiu concluir o curso de Direito e obter o título de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Ceará, em 1964, e bacharel em Filosofia pelas Faculdades Católicas do Ceará, em 1965. Ainda como estudante de direito, passa a defender perseguidos políticos e dedica-se a esta tarefa após a conclusão do curso, agora como advogado.
De seu último processo, condenado no STM, foi retirado graças à interposição de habeas corpus junto ao STF. Foi seu advogado o jurista José Aguiar Dias.A turma que o julgou era constituída por Evandro Lins e Silva (Relator), Hermes lima eVictor Nunes Leal.
No Rio de Janeiro, sem condições de voltar à advocacia, impedido de obter sua inscrição na OAB, vai trabalhar como redator na Fundação Getúlio Vargas, e, pelas mãos de José Aguiar Dias, ministro do TFR aposentado e cassado pelo regime militar, vai coordenar o Repertório Enciclopédico do Direito Brasileiro e ingressa na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro como professor de Economia Política. Mais tarde, ingressaria na Escola de Comunicação da UFRJ (quando publica o livro O futuro da comunicação) na Faculdade Hélio Alonso e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, na qual lecionará no curso de comunicação. É quando lidera, ainda na ditadura, a primeira greve dos professores universitários de estabelecimentos de ensino privado do Rio de Janeiro. Continua paralelamente suas atividades políticas, então clandestinas, e viaja freqüentemente a São Paulo, para reuniões com os dirigentes do PCBR, até o desmantelamento dessa organização, pela ditadura, e o assassinato de Mário Alves. Durante o Governo Geisel e parte do Governo Figueiredo é articulista do Jornal do Commércio, do Rio, escrevendo duas vezes por semana uma coluna econômica de crítica ao governo militar. Dessa colaboração resultou seu livro Crônica dos anos Geisel, publicado pela Editora Forense Universitária.
Com a posse de Jamil Haddad no mandato de senador pelo Rio de Janeiro praticamente se transfere para Brasília, de onde comanda o processo de organização do PSB. Exerce ainda a tarefa de assessor da bancada socialista na Constituinte.
Foi um dos mais importantes refundadores do PSB em 1985, tendo sido secretário-geral entre 1985 e 1993 e em seguida vice-presidente, exercendo a Presidência, em 2005, quando Miguel Arraes adoeceu, e, posteriormente falece, e em 2006, quando Eduardo Campos estava em campanha para o governo de Pernambuco. Foi coordenador do Programa de Governo do candidato Garotinho à Presidência pelo PSB, em 2002. Nas eleições presidenciais de 1989 (foi um dos construtores da Frente Brasil- Popular), 1994, 1998 e no segundo turno de 2002, representou o PSB na coordenação de campanha de Lula. Exerce, no Partido, incontestável liderança ideológica.
Foi ministro de Ciência e Tecnologia em 2003 no Governo Lula, implantando uma nova política voltada ao combate à exclusão e pela redistribuição federativa dos recursos para o desenvolvimento da ciência e tecnologia que deu as diretrizes básicas adotadas pelos ministros que o sucederam, com adaptações.
É Professor Adjunto da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Professor Titular da Faculdade Hélio Alonso.
Integra a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção do Rio de Janeiro, o Instituto dos Advogados do Brasil (IAB), a International Sociological Association, a International Political Science Association, a International Association of Judicial Methodology, membro da Coordenadoria Socialista Latinoamericana. Integrou o Conselho Estadual de Cultura do Estado do Rio de Janeiro.
Em janeiro de 1982 fundou,juntamente comAntônio Houaiss,Herbert José de Souza, César Guimarães, Darcy Ribeiro e outros intelectuais o Centro Brasileiro de Estudos Superiores Latino-Americanos (Cebela) que desenvolve pesquisas, cursos e publicações sobre a América Latina e edita a revista Comunicação&Política, da qual é fundador e editor.
Como cientista político, jornalista e escritor já publicou obras na área de ficção como o romance Não há noite tão longa e livros de contos como
Limites e Viagem. Tem mais de 20 livros na área do Direito, da Ciência Política e da Comunicação. Selecionamos alguns como Introdução ao Estudo do Estado e do Direito, Manual das Eleições,Textos Políticos da História do Brasil, Ciência e Tecnologia a Serviço do Progresso e da Inclusão Social e O papel do intelectual na política. Com Antônio Houaiss escreveu Socialismo, vida, morte e ressurreição e A modernidade no Brasil: conciliação ou ruptura?. Seu último livro, Em defesa da utopia (ou A necessidade de defender Dom Quixote dos Sanchos Panças), foi editado pela Fundação João Mangabeira. Realizou pesquisas como “Macrocefalia da comunicação de massa no Brasil”, “Os meios de comunicação na América Latina”,“A TV no Brasil”,“O parque gráfico brasileiro e a produção de livros no Brasil”, “As perspectivas brasileiras na América do Sul”,“Ciência, tecnologia e ética”,“Perspectivas do desenvolvimento científico-tecnológico brasileiro”.
Fontes:
Ordem Nacional do Mérito Científico.
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